quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sem saber


Não sei se tenho direito ou maturidade de falar isso,mas eu não entendo essa mania que as pessoas tem de ter que provar que é feliz.Que mesmo sem aquela amiga pode ir naquela festa toda linda,de mostrar que não precisa do ex pra sorrir, alias,não entendo mesmo essa "modinha" de não precisar amar.Sim, mesmo sem namorado dá pra estudar,sair com as amigas e ser feliz sim sem disfarce,mas é estupidez dizer que não se precisa de amor.Quem não gosta de ter pra quem contar como foi seu dia,ter quem compartilhar seus problemas e receber um beijo depois de se acalmar.Ou que não é gostoso assistir filme e comer pipoca bem aconchegada nos braços de alguém, e que esse alguém precise do seu sorriso pra sorrir também.
Dizem que se tem menos de 18, é novo,tem toda a vida pela frente, não precisa se prender a ninguém.Se tem mais, aah, ta na hora de se dedicar a carreira, comprar apartamento,financiar carro.E o amor, fica aonde?Ai, se chega aos 30 e ainda não casou,é encalhada.
Talvez eu seja boba em me imaginar dentro de um vestido de noiva, ou sonhar com meu filho nos braços.Mas eu só quero achar meu lugar no mundo.Eu só quero conhecer aquela pessoa que faça meu coração bater forte, mas saiba como o acalmar.Quero conhecer alguém a quem eu divida tudo,que eu posso confiar de olhos fechados,achar alguém que queira estar ao meu lado,sempre.
Meu medo é e sempre foi não notar quando essa pessoa cruzar meu caminho.Eu sonho demais sabe? Eu e minha mania de histórias,de achar que cada pessoa é especial a sua maneira, que pode ser diferente.Suas decepções sempre serão proporcionais as suas expectativas,essa é ideal pra mim.
Acho que sou muito nova pra ter algo sério.Não consigo acreditar que algo vai dar certo pra mim aos 16.Talvez eu esteja enganada, que o amor pode tudo,blá blá,mas to vivendo o momento.Errada?Talvez...minhas certezas ultimamente tão bem,bem escassas.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

É com você




Sexta a tarde, seis horas.Quando finalmente ele chegou em casa,teve de enfrentar a chuva para sair do carro.Trancou as portas, respirou fundo e subiu as escadas.Pegou a chave e entrou em fim na casa abafada pelo calor daquela tarde de verão.Descalçou os velhos sapatos,tirando a meia molhada de suor,e as largou na entrada,junto deles.Podia prever as reclamações já,antes mesmo que elas viessem.Enquanto desapertava o nó da gravata e largava a pasta no sofázinho,ia pensando se ia beber uma cerveja ou uma dose de vodca.Quando chegou a porta da geladeira,optou pela cerveja mesmo.Pegou o saca rolhas e abrindo a garrafa,se virou para a bancada,notando um papel que não havia ali quando tomou seu café de manhã.Pegou e já reconheceu a letra inclinada e meio ilegível,característica da constante ansiedade da dona dela.

"No forno tem um pedaço de lasanha,só precisa esquentar.Vê se não larga suas roupas pela casa,põe tudo no cesto que amanhã eu coloco na máquina.Lava a louça e trate de me esperar cheirosinho e com um brigadeiro.Por volta das onze eu volto,mas provavelmente sem fome, então baixe o filme que estou te  pedindo a semanas.Ah,de comida ao peixe, e não esqueça de recolher seus CD's da sala.Beijo,te amo."

Mal terminou de ler e foi arrumando a comida.Devia já ter se acostumado com esses bilhetes,mas mesmo depois de 6 anos seu coração ainda dava compassos irregulares ao passar os olhos pelo papel.Aquela era definitivamente a mulher da sua vida.